sábado, 23 de novembro de 2013

Cinquentenário, Doctor Who inspira fãs na América Latina e homenagem do google



                                                      Todos os doctors criados ao longo do anos.


O seriado Doctor Who nasceu na Grã-Bretanha há 50 anos, 23 de novembro de 1963, mas só chegou à América Latina quatro anos depois. Talvez sua máquina do tempo (TARDIS) tenha tido problemas técnicos.

No final da década de 1960, Doctor Who chegou à Venezuela, o primeiro país latino-americano a exibir a série de ficção científica mais longeva da TV. Meses depois, foi a vez de México e Chile. Nesses três países, o primeiro Doutor - interpretado por William Hartnell - chegou aos lares latino-americanos. A dublagem em espanhol era feita no México, que também serviu de cenário para uma das histórias da série: Os Aztecas, gravada em 1964 mas só transmitida no continente na década seguinte.
No México, assim como no Brasil, Doctor Who conquistou fãs assíduos. O mexicano Martín Bonfil ainda estudava no ensino básico quando assistiu aos primeiros episódios - na época em preto e branco - em horário nobre, traduzidos como Doctor Misterio e totalmente fora da ordem original.
Mas ainda não havia uma comunidade de fãs, como as que se organizam online atualmente. 

Fascínio

"Passei muitos anos achando que era o único fã (no México)", diz Bonfil à BBC Mundo. "O que mais me fascinava eram (a raça extraterrestre) Dalek, a TARDIS, o Doutor como um personagem antigo, misterioso, e a música. As histórias eram fascinantes."
Após a exibição de alguns episódios, a série saiu do ar nos países hispano-americanos. Voltou com o quarto Ductor, interpretado por Tom Baker, mas os fãs latinos sequer sabiam que a série havia continuado e já havia tido dois atores interpretando seu personagem principal.
No Brasil, Doctor Who - desde 2012 transmitido pela emissora BBC HD, pela TV Cultura e também disponível no Netflix - foi ao ar pela primeira vez nos anos 1980, com Tom Baker.
Mas o paulistano Henrique Miraldo, 24, só descobriu a série no início deste ano. "Todo mundo comentava na internet, eu era meio cético... Mas comecei a assistir e peguei gosto."
O resultado é que, em apenas 11 meses, Henrique assistiu, pelo Netflix, a todas as temporadas da nova etapa da série, de 2005 até agora.

Inspiração

No caso de Bonfil, a série o inspirou ao longo de sua vida.
"Eu era uma criança fantasiosa e brincava de ser o Doutor Who. Qualquer armário se transformava na TARDIS, e eu também me disfarçava. Até pedi à minha mãe que me fizesse o cachecol usado por Tom Baker, guardo ele até hoje."
"Adorava ler sobre ciência, e isso tem a ver com o Doctor Who, que foi uma influência constante, como pano de fundo na minha vida."
No final dos anos 1980, quando a série saiu do ar, Bonfil ficou sem seu programa favorito. Até o dia em que leu em uma revista que a série continuava a ser transmitida na Grã-Bretanha e que havia várias encarnações do viajante do tempo.
"Foi uma frustração saber que passava em outro país e eu não podia assistir", diz. "Mas pedi a um amigo da família que viajou a Londres que me trouxesse uns exemplares da revista oficial da série, até que eu comecei a assiná-la."
Assim, começou a se corresponder com a revista e com outros fãs - uma delas, uma menina também mexicana, é sua amiga até hoje.
A série foi interrompida na Grã-Bretanha no final dos anos 1980 e voltou ao ar em 2005, modernizada. Bonfil passou a acompanhá-la pela internet e por DVDs.
Agora, com a transmissão do episódio comemorativo de 50 anos, é Bonfil quem sente que vai viajar no tempo.
"Vou assistir no cinema vestido o mais parecido possível com o Doutor Who e levar meu cachecol", diz. Quando tinha 18 anos e saía com ele na rua, as pessoas me achavam estranho. Agora, as pessoas vão entender do que se trata."



                                                                                                                   Postado por: Kaue

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